quarta-feira, 27 de março de 2013


Cio da terra

Como disse o poeta, “são as águas de março fechando o verão”. Além de toda a poesia e sensibilidade, o que podemos compreender a partir deste, à primeira vista, “fenômeno natural”?
No início da última dezena de março temos, no hemisfério sul, o equinócio de outono. A palavra equinócio [Do latim: aequinoctiu = noite igual; aequale = igual + nocte = noite] indica que o Sol estará posicionado em seu ponto médio de deslocamento. Os extremos de deslocamento desta estrela é o que denominados de solstício [Do latim: solstitiu = Sol Parado], por isso temos solstício de Verão e solstício de Inverno.
O verão, em algumas tradições nativas norte-americanas, é associado ao elemento água. É o período de máxima produção de energia. Poderíamos dizer que é o momento em que os frutos são colhidos. Para exemplificar isto, basta considerarmos que é durante o verão que o carnaval ocorre no Brasil – as pessoas saem às ruas para dançar, cantar, namorar. Ainda, o verão nos remete ao passado a atua mais diretamente no nosso campo emocional. Signos de água – peixes, câncer e escorpião – estão particularmente propensos a sentirem as “águas mais quentes”, um fervilhar de emoções e sentimentos.
Pois bem, caminhamos agora em direção ao outono e, com isso, os elementos se reajustam. O outono marca o período das últimas colheitas. Podemos lembrar-nos do milho – alimento, aliás, muito importante para diversas sociedades americanas. Momento de recolher os frutos de nossos esforços que amadureceram no verão. O elemento terra assume especial destaque. Na agricultura biodinâmica, por exemplo, é o momento de produzir o preparado que concentra forças interiorizadas pela terra – literalmente enterra-se esterco guardado dentro de um chifre de vaca que tenha dado cria durante a vida. Isto é feito no equinócio de outono e retirado da terra no equinócio de primavera. Durante os meses de março a setembro estará se trabalhando as forças interiores da terra para que possamos plantar na primavera.
O outono está relacionado à direção Oeste. Fica fácil entender que o pôr do sol simboliza exatamente esta interiorização – é como se ele adentrasse também a terra para renascer na direção leste na próxima aurora. O Oeste nos convida a refletir sobre nossas últimas colheitas e para qual caminho devemos seguir. O que temos plantado e o que desejamos colher são perguntas próprias desses tempos de outono.
É bom saber que a água purifica tudo pelo seu caráter flexível, inquieto, adaptável e, com isso, prepara a terra que agora se vai para um ritmo mais lento e de recolhimento. Trata-se de um momento especial de preparo da terra, suas necessidades mais fundamentais. Quais são as nossas necessidades? Toda terra precisa de água, receber nutrientes, não ficar exposta às agressões durante muito tempo. Na Permacultura, aprendemos que o primeiro passo para desenvolvermos as potencialidades de um dado local é plantarmos o solo. Sim, plantar solo significa justamente o que estamos mais propensos a realizar nesta entrada de outono. Ainda, a agricultura biodinâmica nos lembra do fato de que devemos aproveitar os recursos gratuitos disponíveis para desenvolvermos um organismo rural, uma área produtiva. Quais são estes recursos: o vento, a água, o carbono e nitrogênio disponíveis pela natureza, o trabalho dos animais, o ritmo próprio de estrelas como o sol e a lua.
Se nos atentarmos para o que está a nossa volta e, como no yoga, observarmos com mais cuidado as ressonâncias das naturezas externas com nossas naturezas interiores - os caminhos dos ritmos que pulsam por entre nós e correntezas – quem sabe não nos aproximemos um pouco para, como disse o poeta, “afagar a terra, conhecer os desejos da terra, cio da terra a propícia estação e fecundar o chão”.

Raphael Rodrigues é antropólogo.

terça-feira, 19 de março de 2013

hari om Hari Om   HARI OM
 
Como semana passada comentei sobre o texto de Svatmarama no HATHA YOGA PRADIPIKA nos 6 itens que dizem respeito às coisas que atrapalham a boa prática do Yoga, hoje quero comentar o restante, ainda na visao do prof. Marcos Rojo, quanto às 6 atitudes que melhoram a pratica do YOGA:
 
1 - ENTUSIASMO - vir pra aula com má vontade, desinteresse, e só pensando na hora do relaxamento não vai levar a um desenvolvimento no caminho do YOGA.  O professor não é um rebocador que irá carregar voce durante a aula. O aluno deve vir à sua pratica com entusiasmo, ou seja, com disposiçao em fazer, aprender, conhecer, participar, ajudar, colaborar com o time;
 
2 - DETERMINAÇAO -  estar determinado por si mesmo, e não porque vou á aula com um amigo, com minha esposa/esposo, ou porque o médico mandou....  É preciso vir á pratica de yoga por uma decisao madura, consciente e sabendo que não há milagres em 3 aulas, nem 3 semanas, porque YOGA é pra toda a vida.
 
3 - CORAGEM -  sim, porque se vamos praticar yoga com medo, não poderemos jamais superar nossos limites, nossas dificuldades, nossas barreiras.... Temos que ter coragem pra experimentar, tentar, tentar novamente e tentar quantas vezes puder.

4- COMPREENSAO CORRETA - ou seja, entender que YOGA não é educaçao fisica; que por tras das poses-asanas, das respiraçoes, do silencio, do relaxamento, da meditaçao, existe um sentido mais profundo e intimo de auto descoberta, e compreensao da nossa vida como ela é. Se voce vêm à aula sem entender os conteudos é como ir à uma palestra em alemão sem entender 1 palavra do que foi dito.....
 
5 - CONFIANÇA NOS ENSINAMENTOS - aqui, deve-se considerar que se não há confiança nos ensinamentos e nos conhecimentos do professor é melhor não fazer a aula. E se voce ''resiste'' ao que é ensinado, também não há como evoluir no caminho pois voce não se esforçará para colocar em prática na sua vida as coisas aprendidas em aula.
 
6 - BOAS RELAÇOES - no versículo 15 do HATHA YOGA PRADIPIKA temos essa recomendaçao de Svatmarama pois, sabemos que boas companhias podem fortalecer e estimular as boas práticas, da mesma forma que o contrário também é verdadeiro...  Por isso, escolher bem as amizades, escolher bem as pessoas que nos acompanharão dia a dia podem nos ajudar muito, ou entao, a falação inutil dos colegas, os convites pra beber, comer, exagerar e extrapolar vão destruir o pouco que o professor conseguiu construir durante as aulas de yoga.

segunda-feira, 11 de março de 2013



Shanti shanti shanti..... estar em paz nestes dias de tantos tumultos e tantas más noticias que nos chegam não é nada fácil... E nossos encontros com Yoga são 
             pequenos oásis para poder relaxar, respirar, transpirar, suar e descansar profundamente.                                                                                                                                                                                         
Um dos professores que passaram pela minha formaçao que admiro muito e  tenho sempre prazer em ler é Marcos Rojo - da USP, FMU.     E foi falando sobre um dos txt mais tradicionais do yoga, o HATHA YOGA PRADIPIKA, que resolvi multiplicar pra vcs .
Praticar e praticar para que tudo fique mais natural e confortável, mesmo aqueles asanas complexos e aquelas respirações sutis. Praticando e praticando, com esforço e empenho vai-se superando e conquistando. O que é uma liçao pra vida.                                             No verso nr. 15 do HATHA YOGA PRADIPIKA o sábio escritor diz que existem 6    motivos que podem tornar a prática do YOGA ineficiente : EXCESSO DE COMIDA ** EXCESSO DE ESFORÇO ** EXCESSO DE FALAÇÃO ** EXCESSO DE AUSTERIDADE ** EXCESSO DE PUBLICIDADE ** EXCESSO    DE BARULHO MENTAL                                                                                                                                                         
1 - EXCESSO DE COMIDA - - - - o praticante deve sempre considerar o quanto     comer, o que comer, e porque comer isso... não simplesmente colocar boca à dentro e depois ficar com as consequências duma alimentação pouco  qualificada...                                                                                                              
2 - EXCESSO DE ESFORÇO - - - -- hj em dia nossa tendência mais comum é o    excesso de trabalho, excesso de obrigações, excesso de atividades, excesso de    compromissos, excessos.........Precisamos descansar mais, relaxar mais, aquietar mais, repousar mais.....                                                                                                                                                            
3 - EXCESSO DE FALAÇAO - - - - - parece que todos querem falar, todos            querem dar sua opinião, todos querem discutir com todo mundo, e se falar gasta    energia, imagine essas pessoas que falam o tempo todo.....???? Não há energia    que chegue, pois essa falação toda acaba com a energia pessoal...                       
4 - EXCESSO DE AUSTERIDADE - - - - - gente muito severa consigo e com os    outros, gente muito ''certinha'' que espera e quer que tudo saia do ''seu jeitinho'',   eh cheio de regras e cheio de cobranças; não entendeu que yoga é abertura, é    soltura, é liberdade...                       5 - EXCESSO DE PUBLIDADE - - - temos alunos que ficam preocupados com o que os outros vao falar, preocupados com o que os outros vao pensar, tem medo de compartilhar o que aprendem na aula, ficam olhando e se comparando com os outros.... Assim, mesmo quando estao sozinhas no quarto, estão com mil pessoas na cabeça, e mesmo quando estao no momento do shavasa, ainda ali estao com mil conversas dentro da cabeça... É preciso saber recolher, intimar, aquietar, olhar pra si e buscar em si mesmo.                                     
6- EXCESSO DE BARULHOS MENTAIS - as pessoas vem pra aula de yoga com a mente cheia de conversas : conversam com os parentes que ficaram em casa, conversam com os amigos que encontraram no dia, conversam com as pendências para o dia seguinte, conversam com as pedengas que tiveram no dia, conversam com todos, menos com seu próprio ser, e não conseguem manter o     foco na aula, não conseguem manter a atençao, não conseguem ter concentração.... não estão no aqui e no agora...                                            TUDO ISSO, diz o mestre Svatmarama , só faz atrapalhar o bom desempenho e o bom rendimento do aluno de yoga, tudo isso só faz retardar o aproveitamento dos ensinamentos do yoga, e faz com que o aluno acabe desistindo da pratica do yoga porque não vê resultados. Claro, com TUDO ISSO contra como conseguir resultados ??!!